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O que você sabe sobre a cirurgia de redução de estômago?


Ao contrário do que muitos pensam, a cirurgia bariátrica é um procedimento complexo, que envolve riscos e não pode ser feita em qualquer paciente
Em nove anos, o número de cirurgias bariátricas saltou de 17 mil, em 2003, para 77 mil procedimentos realizados em 2011, nas redes públicas e privadas do Brasil, de acordo com um levantamento feito pela Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica (SBCBM) e Datasus.
A facilidade no acesso a este tipo de tratamento foi um dos fatores que contribuiu para o seu crescimento. No entanto, nem todos os perfis de obesidade estão aptos a fazê-lo. Para o   dr. Alieksiéi Carrijo, chefe do departamento de cirurgia plástica do Hospital Sepaco e cirurgião plástico com título de especialista reconhecido pela Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, antes de ir para o centro cirúrgico é necessário que o paciente atenda alguns requisitos de saúde.
Segundo ele, o primeiro passo é fazer o cálculo para identificar o Índice de Massa Corporal (IMC), para saber qual é o perfil do paciente, no qual são considerados peso e altura. O resultado normal deve ser de até 24,9 (após os 40 anos, este dado pode ser de até 27). Se o índice estiver entre 25 a 30, o indivíduo é enquadrado com  sobrepeso, e se estiver acima de 31, é obeso.
“Os pacientes indicados para as cirurgias bariátricas ou de redução de estômago, são aqueles considerados obesos mórbidos ou obesos que possuem alguma doença associada ao excesso de peso, como diabetes e hipertensão”, acrescenta dr. Carrijo.
Caso não se encaixe no perfil indicado, o especialista afirma que é possível tratar o excesso de peso com uma dieta orientada por nutricionista e acompanhada por exercícios físicos. Se esta opção de tratamento não apresentar efeito, um médico pode indicar, após uma série de exames que comprovem que não há doenças, como alteração de tireoide, por exemplo, medicamentos controlados para a perda de peso ou algum outro tipo de intervenção médica.
Riscos
O procedimento, considerado de alta complexidade, pode apresentar algumas complicações, como fístula pós-operatória, que é a abertura dos pontos cirúrgicos com vazamento de sucos gástricos na cavidade abdominal. Segundo o dr. Carrijo, este é o principal fator causador de mortes nesse tipo de cirurgia. As outras questões podem ser cardíacas ou respiratórias, que estão relacionadas à obesidade do paciente.
“Estes riscos variam de acordo com o perfil de cada paciente, além das medidas preventivas adotadas no pós-operatório, como a movimentação no leito hospitalar, para que o paciente não fique muito tempo deitado na mesma posição, e fisioterapia, para que a pessoa volte a sua rotina o mais breve possível”, explica o especialista.
Após a recuperação, em muitos casos, são necessárias cirurgias reparadoras para remoção do excesso de pele ou gordura. “A maioria dos cirurgiões bariátricos libera seus pacientes para a realização de cirurgias reparadoras, no mínimo, um ano e meio depois. Esse período é necessário por uma questão de segurança, e para saber se o indivíduo conseguirá se adaptar ao novo estilo de vida, nova dieta, e ter a certeza de que não haverá um novo ganho de peso”, finaliza dr. Carrijo, enfatizando que a cirurgia bariátrica não é um procedimento estético, mas sim, relacionado à saúde.