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Alimentação e exercícios ajudam a manter a memória saudável


Esquecer coisas simples como onde um objeto foi guardado ou até mesmo o cardápio do almoço de uns dias atrás é algo corriqueiro. Isso acontece, pois a vida moderna tem um ritmo bastante agitado e intenso, com inúmeras tarefas e necessidades chamando a atenção a todo o momento. Quando entramos em contato com uma determinada informação o cérebro avalia a utilidade dela e então a armazena. Assim, o excesso de dados a que somos bombardeados todos os dias pode acabar prejudicando a nossa memória e com isso a tendência de esquecermos coisas simples pode aumentar.
Atualmente, as falhas de memória se constituem como importante queixa entre a população, principalmente entre os idosos. Quando a memória é prejudicada, somos influenciados negativamente em nossa autonomia e independência para a realização das atividades da vida diária.
Os declínios relacionados ao envelhecimento cerebral podem ser amenizados por mudanças no estilo de vida, como boas noites de sono e realização de atividades físicas. Além disso, também é recomendável realizar alterações positivas nos hábitos alimentares por meio do aumento no consumo de itens que fazem bem para o cérebro com nutrientes que melhoram a memória como vitamina B12, ômega 3, zinco, ferro e fósforo entre outros.
De acordo com Kátia Giraldo, supervisora de nutrição do Hospital Sepaco, precisamos estar atentos aos principais alimentos nos quais podemos encontrar estes nutrientes. “O ômega 3 pode ser encontrado no salmão, sardinha e atum, enquanto o fígado, carnes em geral e grãos integrais são ricos em zinco. Outros itens importantes são o ferro do fígado, feijão, beterraba e vegetais verde escuro como couve, brócolis, espinafre; o fósforo dos queijos, castanhas e ovos, além da vitamina B12 das carnes, peixes, ovos, leite e queijos”, explica.
Tão importante quanto a alimentação são as atividades que ajudam a memória a se manter saudável como a prática de atividades físicas, boa qualidade de sono, organização de compromissos e intervalos entre as atividades para garantir melhor nível de concentração. Quem afirma é a terapeuta ocupacional do Sepaco Veronica Deyrmendjian. Ela é responsável pela oficina de Memória e Atenção na instituição, atividade direcionada à todas as pessoas com mais de 50 anos que possuem pequenos déficits de memória e que queiram previnir queixas futuras.
“É necessário realizarmos atividades agradáveis e é importante que elas sejam parte da nossa rotina, incorporando-a sempre no mesmo período para o corpo se acostumar. Outra questão importante diz respeito às horas de sono. Não determinamos uma quantidade certa, pois varia de pessoa para pessoa. O ideal é dormir bem, sem interrupção. É mais saudável dormir 6 horas seguidas do que 8 horas, acordando diversas vezes durante a noite”, diz.
Verônica ressalta ainda que precisamos ajudar nossa memória com ações simples. “O uso de agendas, bloco de anotações e até recadinhos na porta da geladeira são recomendados. Vale aquele que julgarmos melhor. O importante é ter um local mais apropriado para anotar compromissos, não sobrecarregando a memória com tantas informações. Além disso, não é recomendável fazer duas tarefas ao mesmo tempo, por exemplo, leitura com a televisão ligada, ou falar no telefone utilizando o computador. As informações tendem a ser melhores armazenadas quando damos atenção total a ela”, destaca.
Para participar da oficina ministrada por Verônica, é preciso ter plano atendido no ambulatório do Sepaco, fazer a inscrição e realizar uma consulta de avaliação para a especialista conhecer o paciente, saber quais são as dificuldades enfrentadas e então informar as datas da atividade. Os encontros são semanais com uma hora de duração e o grupo, formado em média por 10 a 15 participantes, discute assuntos relacionados à memória e atenção, por meio de conversas, dinâmicas e jogos lúdicos que abordam o tema proposto na semana.
De acordo a especialista, essa intervenção se dá tanto no aspecto motor quanto no cognitivo. “O intuito é de explicar o que é memória, orientar e treinar estratégias para compensar déficits, potencializar estilo de vida saudável, melhorar a atenção e concentração durante as atividades, e socialização entre os participantes”, finaliza.